Publicado na Folha
Os deuses e heróis da Escandinávia medieval devem aportar em Boston a partir de 2015, numa invasão viking orquestrada pelo escritor de fantasia americano Rick Riordan.
Em entrevista à Folha por e-mail, Riordan, 49, contou que sua nova série, uma trilogia, terá “muita ação e humor, misturando o moderno e o mítico”, na mesma linha dos livros de sua autoria que têm como protagonista o jovem semideus Percy Jackson.As aventuras de Jackson, inspiradas nos mitos gregos e ambientadas no século 21, já venderam mais de 20 milhões de livros mundo afora. Em outras obras, Riordan também deu nova roupagem aos mitos romanos e egípcios, mas conta que, na verdade, as histórias escandinavas foram a primeira mitologia antiga pela qual se interessou.
Meu professor de inglês, na época, foi muito esperto e disse que, se eu gostava de Tolkien, também poderia me interessar pelos mitos nórdicos”, explica. “Logo depois, descobri a mitologia grega, que acabou virando uma paixão para o resto da vida.”
Poderosos como suas contrapartes da Grécia Antiga, os heróis adolescentes de Riordan tendem a sofrer com problemas modernos, como dislexia e TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Essas características são uma homenagem a seu filho Haley, que é disléxico e tem TDAH.
Nos livros mais recentes de seu universo, os da série “Os Heróis do Olimpo”, o autor decidiu enfrentar outro tema envolto em tabus mesmo para os adolescentes modernos, mas muito comum na mitologia greco-romana original: as paixões homossexuais.
Na história, um semideus adolescente confessa ter se apaixonado por Percy. “É uma parte da mitologia da qual tendemos a nos afastar hoje”, diz. “Mas não acho que haja razões para fingir que a homossexualidade não existe.” Riordan diz esperar que o personagem ajude seus leitores a evitar a discriminação.
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